sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Porque existem dias em que vale mesmo a pena ir trabalhar
A noite passada dormi pouco e mal. Na realidade tenho saido mais que o habitual e conjugar isso com o trabalho ao qual voltei e me tem corrido bem, nem sempre é facil. Se por um lado tenho mais energia e mais vontade de ser social por outro as horas de sono fazem falta. Ontem o teatro foi optimo e a pessoa com quem fui conhece alguns dos meus familiares, inclusivê um primo que faz uns ais muito engraçados quando tem dores de estomago e passeia pelo corredor a noite toda com essa lamúria. Embora a peça fosse uma tragédia, no final quando todos estavam comovidos quando o rei de tebas descobriu o seu filho morto por sua culpa, o mesmo começou aos ais gritando quase em uivos enquanto carregava o corpo. Nesse preciso momento tivemos um ataque de riso compulssivo porque só nos lembravamos do meu primo Manuel e diziamos um para o outro que ou ele conhecia o actor ou já tinha visto a peça. Embora tenha passado um bom bocado, dormi poucas horas e aquela história de pensar no sapatinho deixou-me transtornada, até sonhei com ele. Previa uma manhã complicada e uma 6f que nunca mais acabava mas afinal... evitei que uma colega que anda muito desgastada com a função que lhe deram recentemente ficasse pior. Fui ter com o meu chefe e com o chefe dela e disse que nos trocassem de lugar. Como era possivel não perceber o quanto ela estava arrasada? Eu faria de bom grado a função que lhe estava destinada e ela iria fazer a minha. O meu chefe concordou logo e nem deixou o outro falar, mandou-nos trocar de lugar imediatamente. Quando cheguei ao outro departamento estava lá uma miuda que entrou há uns 7 meses para a empresa e que é acanhada, quieta e bipolar por estranho que possa parecer. Pediu-me ajuda porque não conseguia imprimir um documento e eu fui ajudar e percebi que era um guião dos inquéritos de qualidade que ela faz traduzido para inglês. O contrato dela está a acabar e tem medo que não o renovem, alguém lhe atirou uma boca de que ela não fazia contactos em inglês e ela com medo fez uma tradução á letra do português para o inglês e queria começar a faze-los. Sentei-me ao lado dela e perguntei se a chefia a tinha incentivado ou perguntado as suas necessidades de formação. Disse-me que apenas lhe deram um manual e um número de registos a atingir por dia. Sorri, e disse-lhe, sabes aqui dizem que todos aprendem com todos mas não é verdade. Aqui os colegas aprendem com os colegas e tu vais aprender hoje. Sentei-me ao seu lado e disse para imaginar que eu era o cliente e para me fazer o inquérito em inglês, mas quando a ouvi falar percebi que o seu inglês não era mau mas estava completamente fora de contexto. A quem cabe ensinar isto? Era uma pergunta retórica... expliquei que os clientes eram essencialmente ingleses e não americanos e que nós temos os ouvidos treinados para ouvir os filmes e canções que passam na rádio e que aquilo é americano e não inglês.
Expliquei que existem expressões que não podem ser traduzidas à letra. Corrigi todo o seu script e ela fez o inquérito. Aconselhei a falar mais devagar e usar sons mais arredondados e suaves. Correu bem. Houve uma altura em que ficou com medo porque a chefia do departamento não parava de olhar para nós e disse apenas que ficasse calma, que se alguém viesse questionar eu falava por ela e explicava o que estavamos a fazer. E depois, perguntou ela? Depois, se isso acontecer ponho o meu lugar á disposição e eles vão insistir que fique para te ensinar, porque se algum deles o quisesse fazer já o teria feito.
Quando voltei do almoço tinha este papel no meu teclado. É por estas coisas que gosto de ir trabalhar. Se pudemos fazer a diferença e ajudar os outros a serem mais porque não o fazemos? Bom... alguns fazem. Adorei ir trabalhar hoje.
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