quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Não chores porque acabou... sorri porque existiu!

É um bom mote de vida. Nem sempre conseguimos, dizemos que com as dores dos outros pudemos nós bem (bom, eu n digo isso), mas que das nossas só nós sabemos. Na verdade este primeiro mês de ausência da minha mãe tem sido tranquilo. Não porque a minha mente me ande a pregar partidas e faça acreditar que ela vai voltar, mas porque sei que vai existir sempre. Não me sinto mais só, mais infeliz, mais abandonada. Sou aquilo que sou, muito devido aos seus ensinamentos e por isso sou parte dela e ela parte de mim. Nas pequenas coisas do dia a dia sorrio e lembro-me de como era quando ela estava cá e daquilo que diria. Nas grandes coisas também. Sinto que estamos sempre juntas, simplesmente não a vejo, mas ela existe na minha vida.
De resto criei novas rotinas, passei a utilizar o tempo que usava para cuidar da minha mãe, para ir ao ginásio e fazer por mim. Afinal era sempre ela que me dizia que tinha que perder peso e ser cuidadosa com a alimentação. Estou a fazer exactamente aquilo que me pedia e nunca me soube tão bem cumprir como agora!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

6f santa ou de folga que é quase a mesma coisa

E depois de ter tratado das milhentas coisas que havia por fazer na rua hoje de manhã, vou fechar os olhinhos por 1h para me mentalizar que hoje é dia de avaliação no ginásio!
Mas antes disso e mais importante que tudo é dia de ir visitar a pipokita do meu coração - a minha afilhada.
Não teve a madrinha mais presente de mundo depois do seu baptizado, porque foi quando a minha mãe começou a adoecer. Mas aquece-me o coração a imagem da minha mãe com a pipokita ao colo aqui no escritorio uns dias antes do seu baptizado.
E agora é tempo de dar toda a atenção e todo o mimo que ela merece e não teve nestes últimos meses...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Era uma vez uma sopa...

Embora tenha andado afastada da blogosfera estas últimas semanas, tenho estado atenta ás noticias e assuntos mais mediáticos.
O tempo é pouco entre o trabalho, o regresso ao ginásio, as arrumações em casa e tratar da minha afilhada gata enquanto os donos estão de viagem. Uma estafa... ainda assim ontém de manhã ouvi na rádio que os neurologistas chegaram á conclusão de que os portugueses engordam por causa da crise. Há menos dinheiro, comem pior e dormem menos. Ora isso para mim não é de todo verdade e depende da forma como se encara o comer melhor ou pior. Se em vez de comer carne de vaca com molho de natas cogumelos e batatas fritas ou arroz, comer uma lata de atum com salada e um ovo cozido como pior? Não, só não é pior como também engorda menos. Ah porque as pessoas recorrem muito á fast food porque é mais barato. Até pode ser, mas eu estando de dieta e tendo que comer num centro comercial não vou comer fast food. Vou comer uma sopa (e até as há sem batata), ou uma salada e gasto o mesmo que em hamburgueres ou pastas e pizzas. Por isso não me venham falar que por causa da crise as pessoas engordam... que no tempo dos nossos pais serem crianças a base da alimentação era pão e sopa e eles não eram obesos. Tudo serve de desculpa para engordar. Eu também enfio uma caixa de chocolates goela abaixo em menos de 30 minutos se estiver com a neura. E agora que quero emagrecer (e estou a conseguir) como apenas sopa todas as noites. Aqui em casa agora somos dois que jantamos sopa e gastamos 5 euros por semana nos legumes que nos alimentam 7 jantares. Será assim tanto?


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Antipático do parassimpático

O meu sistema parassimpático tem andado completamente destrambelhado. Ora tenho muito sono, ora não consigo dormir. Andei a semana toda a correr para a casa de banho com o transito intestinal acelerado e agora que melhorei, tive uma paragem de digestão na noite passada. Foi vomitar até ás visceras!
Tem sido um regresso ao trabalho algo atribulado. Acho que vou ter que arranjar forma de fazer uma meditação e passar a viver de forma muito lenta nos próximos tempos, a ver se eu e o meu corpo entramos em harmonia.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

De volta...

Ao trabalho, ao blog à rotina. Uma nova rotina.
Voltei cansada e com muito sono... é um esforço grande ir trabalhar tomando medicação para aquilibrar a máquina e ter a ilusão de ganhar algum tempo para me ir habituando ao facto de a minha mãe já cá não estar. Fiz tudo direitinho como ela me pediu e tenho-me comportado como me ensinou. Acho que a melhor maneira de a honrar é seguir o seu legado. Continuar a ser justa, compreensiva e ajudar quem posso tal como ela sempre fez. Confesso que me teria sabido bem ficar em casa a dormir, mas como a minha mãe me mostrou e a vida também, nem sempre aquilo que queremos é o melhor para nós, por isso vá de ir trabalhar!



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

5 de Novembro 2012 - hora 16.17

Foi quando faleceu a minha mãe. Consegui estar com ela por volta das 14:30h quando ainda estava viva. Honestamente gostava que tivesse sido como nos filmes, em que nos conseguimos despedir de alguém com serenidade e aceitação, mas não foi. Porque eu estava nervosa, porque não sabia muito bem a situação que ia encontrar quando abriram a porta do quarto e me disseram que podia estar com ela. A minha preocupação era tentar entender o seu estado. Ia viver mais algumas horas? Mais um dia? Olhei e chamei por ela... não me respondeu. Estava drogada demais para não ter dores e com a máscara de oxigénio a tapar parte do rosto. Subitamente, senti-me suja para a tocar. Pousei o casaco e a mala, fui á mesa de trabalho das enfermeiras, lavei as mão e desinfectei, respondi que estava tudo bem, não precisavam de se preocupar porque não me estava a sentir mal nem ia desmaiar. Voltei para junto da minha mãe e chamei de novo... nada. Mas afinal quando foi a última vez em que reagiu a um estímulo? Alguém me diz que foi por volta da hora de almoço que a chamaram pelo nome e ela olhou. Achei que era preferivel fazer umas festas na cara, porque com o toque iria perceber que eu estava ali. Pestanejou, mas não conseguia abrir os olhos. Nesse momento deveria fazer a minha despedida sentida, mas como o meu cérebro vive em formato de resolução de problemas pensei - e o meu pai? Tenho que o ir buscar já para que se possa despedir dela. Avisei que o ir buscar e saí do quarto. Enquanto esperava pelo elevador e no caminho para o carro mandei msg para a familia que estava em èvora vir logo para o hospital. Não conseguia falar, enviei sms para todos. Cheguei a casa dei a noticia ao meu pai e a uma das melhores amigas da minha mãe e fomos os 3 para o hospital. Quando lá chegamos estava viva, esperamos 10 minutos á porta do quarto para podermos entrar. Houve uma súbita urgência naquele momento as enfermeiras correram para lá chamaram, o médico e nós esperamos cá fora. Quando vltaram foi para dizer que já tinha falecido. Entramos os dois, estava um ambiente muito sereno no quarto. Fechei os olhos à minha mãe, ajeitei o cabelo como ela gostava e então fizemos a nossa despedida apenas ao seu corpo.
A partir daí foi o habitual nestas circuntâncias, muito choro, muita gente a receber a noticia muita confusão.

Notas a reter nesta situação (porque afinal são os vivos que nos surpreendem).

As amigas da minha mãe tiveram um comportamento muito digno, emocional mas ordeiro. Não houve ninguém a vomitar, a ter quebras de tensão a desmaiar e o que mais que seja, como já assisti em outros casos.
A minha familia foi fantástica. Estiveram sempre cá, foram o mais positivos possivel e ajudaram a tratar de tudo para o funeral.
Todos quiseram participar e pagar uma parte das despesas entre familia e amigos.
O meu namorado foi e tem sido inexcedível. Saíu do trabalho a correr para chegar a tempo ao hospital e quando lhe disse que já tinha falecido ficou muito perturbado. Achou que não se tinha despedido devidamente, quando na noite anterior foi ela que o chamou ao quarto e foi o último a estar com a minha mãe. Ficou em silêncio a abanar o leque porque tinha sempre muito calor e acabou por adormecer nesse gesto dele. Acho que não há despedida mais bonita do que deixar alguém a dormir junto da nossa tranquilidade.
Desde a noticia que não me deixou ficar sozinha uma noite que fosse. Vai trabalhar e regressa todas as noites para junto de mim, porque as noites são o mais dificil de passar. O silêncio e a solidão trazem muitos pensamentos e angústias. Ter alguém que nos abrace durante a noite ajuda a suportar tudo.

Aquilo que não me surpreendeu

O meu pai, que continua a exteriorizar muito pouco os seus sentimentos e que se manteve firme como uma rocha em todos os instantes.
A minha amiga a comadre Sofie que quando apareceu no velório e no funeral trouxe com ela uma paz que poucos conseguem. Passados tantos anos de relação continua a ser a pessoa com quem me sinto mais á vontade para ser simplesmente eu.
Houve alguém que durante muitos anos me questionei se estaria presente quando a morte da minha mãe chegasse. Sempre acreditei que a sua resposta a esse facto diria tudo quanto ao seu carácter e quanto áquilo com que poderia contar. Hoje já sei, já tenho a resposta. Teve a informação e não veio. Não me parece que numa situação de dor e de morte quem sofre precise de espaço, mas sim de conforto.
Não me surpreendeu também a paz com que partiu, o sol que fez nessa manhã e a missa mais intima e sentida a que alguma vez assisti. No final da cerimónia funebre, muitos foram os que pediram ao padre o poema com que terminou aquele momento e com o qual se despediu dela entre lágrimas.
Foi tudo radioso, sentido e pacifico, como a minha mãe merecia.

sábado, 3 de novembro de 2012

The unbreakable

Ontém á noite a mãe teve um edema pulmonar. A juntar ao pouco espaço respiratório que já tinha, agora tem também liquido nor pulmões. Esta numa unidade de cuidados intermédios com vigilância 24h por dia e já lhe começaram a aplicar morfina. Eu não sei bem como explicar á familia que a qualquer momento pode voltar a ter uma crise respiratória e não conseguir recuperar dela. Pode viver mais alguns dias, mais algumas semanas, talvez um mês se não houver outro edema tão próximo...
Mas depois chego lá e vejo o meu pai com cara de perú em véspera de natal, não sabe viver sem a minha mãe, nunca soube e agora é tarde para seguir um rumo mais autónomo, terei que ser eu a ajudar. A minha madrinha está sempre á beira de uma crise de nervos em qualquer situação de rotina, numa situação limite como esta já ultrapassou todos os limites do razoável. As amigas a minha mãe tentam disfarçar, mas saem de lá sempre a chorar. Uma parte da familia evita fazer muitas visitas porque não consegue lidar com a perda dela. Telefonam todos os dias, mas encarar a realidade de a vêr a definhar é algo que não sabem fazer. A minha prima que tem sido das melhores ajudas que tenho tido, hoje chegou lá e quando se deparou com a situação teve que ir tomar um xanax e comer porque estava maldisposta. Isto vindo de uma médica com 40 anos de serviço também é bizarro.
E todos estão consumidos por dentro, todos revelam isso no seu exterior menos eu... tirando alguns traços de cansaço.
Alguém hoje me perguntava como é que eu estava e dizia que ia correr tudo bem, porque eu sou uma menina forte.
As coisas não são bem assim e eu não sou inquebravel.
Neste momento reajo desta forma porque todos os outros já estão rachados ao meio. São mais velhos do que eu, já passaram por mais perdas, inclusivê a das suas mães e a sua capacidade de resistir já não é a mesma. Depois porque não quero pessoas depressivas e chorosas junto de um doente que sabe que vai morrer. Não entendo a morte dessa forma, a minha mãe também nunca encarou a morte como algo problematico. Somos pessoas com um nível de espiritualidade elevado e se sempre acreditamos que esta vida é uma passagem e todos vimos cumprir a nossa missão e depois partimos, temos que encarar com naturalidade essa partida. Saudades vamos sentir sempre, falta daquela pessoa também... mas nos seus bons momentos de vitalidade fisica, porque para os maus momentos também estivemos cá.
É egoismo, involuntário talvez, querer prolongar a vida de alguém que amamos, porque não queremos lidar com a sua perda, principalmente quando essa pessoa se limita a sobreviver num estado de dor.

O que nos diferencia uns dos outros, é aquilo que pensamos. Nós somos aquilo em que acreditamos, e eu não sou inquebravel, simplesmente ainda não me estilhacei porque acho que não é o momento. Ainda tenho força e lucidez para escolher a altura em que posso ceder e partir em pedaços, e essa altura não será enquanto a minha mãe estiver viva. Não é essa a imagem com que quero que fique de mim, de alguém frágil que não consegue lidar com as dificuldades que surgem. Não foi isso que ela me ensinou, não é nisso em que acreditamos.
Quebro, quando tiver que quebrar... mas não é agora.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aquilo que me sabe bem no inverno


O meu casaco branquinho de pelo. Ainda não saiu do armário, que não está frio para o usar, mas falta pouco! Ah e este ano tenho que lhe arranjar um chapeu a condizer, assim um modelo russo :-)




Banhos de imerssão prolongados, com sais com espuma com pétalas, com velas, com música, ou chuva lá fora.



Unhas pintadas de vermelho. Gosto muito mais de usar essa cor no inverno do que nas outras estações.



Dormir a sesta de inverno é do mais reconfortante que há.




Tardes doces com chá ou chocolate quente e uns cookies a acompanhar um filme ou um livro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Tesourinha

Tenho tanta vontade de cortar o cabelo novamente!
Até estou com um look muito na moda com as madeixas californianas acidentais. É que decidi voltar à minha cor natural e ficar uns anos sem pintar o cabelo, mas para isso é preciso que desapareçam todas as madeixas e nuances que fiz no passado. Ao mesmo tempo o meu namorado decidiu que não me pode vêr sem ser com o cabelo comprido, ora isto cria problemas, porque eu não gosto de ter as raizes da minha cor e o resto do cabelo mais claro, mas isso é o que acontece quando se deixa crescer o pelo....
Tudo isto se torna complicado de tratar quando se tem uma vida como a minha, sempre a correr para o hospital. As madeixas californianas funcionam bem nas estrelas de hollywood e não em pessoas com vidas normais. Quer dizer em quase todas as estrelas de hollywood, porque também elas têm bad hair days...