quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Hoje nem o Prozac me salva
Estou perdida no labirinto. Hoje á tarde recebi uma chamada de uma amiga, que é casada com um jornalista que tem um programa de rádio e ainda tinha bilhetes para o teatro de Almada. Os últimos que ela ofereceu foram para adptações de peças do Saramago e acho que ia roer os pulsos durante a peça por isso apesar de gratis não fui. Hoje a peça é Antigona de Sófocles, um classico que nunca vi e aceitei os dois bilhetes. Assim que desliguei o tlmvl pensei no meu sapatinho. Pensei em chegar a casa e tomar um banho quente, colocar pó de arroz com aquele cheiro doce das amendoas, escolher umas meias de liga, um vestido de veludo verde escuro, uns brincos e um colar a condizer. Faltava a maquilhagem perfeita e os sapatos de salto alto pretos com que posso sempre andar na rua com ele porque me dá sempre a mão e é óbviamente mais alto que eu. E sei que iria apreciar cada pormenor, desde as unhas ao baton vermelho passando pelo vestido ou pelas joias postas. Sei também que a peça até poderia não ser a mais interessante do mundo mas que ele se sentaria ao meu lado e mesmo calado e atento a sua mão estaria sempre acariciando a minha. Sei que seria uma peça feliz independentemente do final, e mesmo que nada fosse dito, só o cheiro a presença o toque o olhar nos faria ter um momento especial. Mas eu não pude convidar a minha primeira opção que será sempre ele porque há dois meses que estamos separados, porque eu quis e ele não se pronunciou. Houve alturas em que ele sentiu que tinha que se afastar porque me fazia mais mal que bem, e hoje sou eu que sinto que tenho que estar longe porque lhe posso fazer mais mal que bem. Convidei o amigo com quem mais tenho saido, mas hoje tinha um jantar não podia ir. Depois liguei para a minha 3º opção e era mais que certo que ia aceitar. Tenho boa companhia, tenho bilhetes gratis, este ano ainda não fui ao teatro e ainda assim estou infeliz. Vou na mesma, de botas, calças pretas, camisa branca, cabelo apanhado, talvez baton nude.
Fui egoista o suficiente para enviar uma msg ao sapatinho a perguntar caso lhe fizesse o convite ele aceitaria e ele disse-me que sim. Isso fez-me chorar. Mais um sinal que devo manter-me longe dele. Durante a tarde as minhas colegas notaram que não estava bem e contei os meus pensamentos e das 5 que estavam à mesa 4 são casadas e têm filhos e todas elas me disseram que isto é normal que todas tiveram um amor assim na vida e que ainda hoje pensam e sonham com ele, mas todas estão casadas com outro homem que não o "tal". Eu não quero ser um dessas mulheres que todos os dias acorda ao lado do homem errado, daquele que se ama mais ou menos, que serve mais ou menos e no fundo apenas serviu para fazer o que a sociedade espera de nós, casar ter filhos e ser feliz para sempre. Ainda fiquei mais agoniada quando as ouvi, embora saiba que elas se preocupam e so querem ajudar. Quem sou eu? Será que tenho feito tudo mal? Espero que ao menos ele saiba, porque eu estou perdida no labirinto, não estou bem com ele (nas circunstâncias em que viviamos) nem sem ele. Estou a forçar-me a ser forte a descobrir a felicidade noutras coisas e em outras pessoas a tentar orientar a minha vida a fazer mais que sobreviver e ainda assim o meu tripé é ele. É nos seus braços que eu estou em casa, e honestamente agora não sei onde vivo nem onde estou...
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