Quando até a literatura é estrangeira Na regra dos noves fora mais antiga É condição redobrada ser a primeira A contar de quanto trauteio a cantiga De ficar absorto a soletrá-la pertinaz Já que o corpo por repouso tudo aceita Incluindo ler, que só à mente deleita, Seja a tarde longa e calma ou fugaz Que sempre voará se no fazer apraz.
Medido o tempo por esta clepsidra Onde cada segundo é uma frase lida A pingar da pipeta do entendimento Tece enredos quem só decepa a Hidra Lhe sega as cabeças do medo à vida Tira à serpente gigante o tormento E lhe dá em troca o jeito sagaz melado De um S com asas dito voo soletrado E no síbilo de uma língua enrolado.
A primeira letra de um nome, portanto Só anda repetido adiante, se avança Revestido na aliança serena do canto Em que o compasso é passo e balança Braço dado fazendo do par a esperança Deste Alentejo como um lamento cantado Na sesta amena ao ritmo arado do beijo Que é outro tanto do canto do S no desejo.
Boca a desenrolar-se é só mandorla da fé Num zero que a cabala indica, mas que é O seixo do ábaco se a unidade multiplica Por dez, por cem, por mil e até o infinito Estica, dando ao ver o que só se acredita Existir, sendo esse anel o aro de espírito Suficiente à matéria como forma de lente Prà visão num oito alcançar o ponto fito Que nunca é visto só pelo olhar da gente.
Quem já viu longe e para lá do horizonte Que a eternidade tem por coisa tão certa Como uma árvore, colina, rio, ou monte Habitado por família unida, sã e desperta? Então, esse sabe até reconhecer a aresta Que há no distante Sol cuja seta acerta Raio de alerta e sobre a alma o rio apresta Ao tempo contínuo, sem fim, sólida ponte!
2 comentários:
Décimo Oitavo Cálice
Quando até a literatura é estrangeira
Na regra dos noves fora mais antiga
É condição redobrada ser a primeira
A contar de quanto trauteio a cantiga
De ficar absorto a soletrá-la pertinaz
Já que o corpo por repouso tudo aceita
Incluindo ler, que só à mente deleita,
Seja a tarde longa e calma ou fugaz
Que sempre voará se no fazer apraz.
Medido o tempo por esta clepsidra
Onde cada segundo é uma frase lida
A pingar da pipeta do entendimento
Tece enredos quem só decepa a Hidra
Lhe sega as cabeças do medo à vida
Tira à serpente gigante o tormento
E lhe dá em troca o jeito sagaz melado
De um S com asas dito voo soletrado
E no síbilo de uma língua enrolado.
A primeira letra de um nome, portanto
Só anda repetido adiante, se avança
Revestido na aliança serena do canto
Em que o compasso é passo e balança
Braço dado fazendo do par a esperança
Deste Alentejo como um lamento cantado
Na sesta amena ao ritmo arado do beijo
Que é outro tanto do canto do S no desejo.
Boca a desenrolar-se é só mandorla da fé
Num zero que a cabala indica, mas que é
O seixo do ábaco se a unidade multiplica
Por dez, por cem, por mil e até o infinito
Estica, dando ao ver o que só se acredita
Existir, sendo esse anel o aro de espírito
Suficiente à matéria como forma de lente
Prà visão num oito alcançar o ponto fito
Que nunca é visto só pelo olhar da gente.
Quem já viu longe e para lá do horizonte
Que a eternidade tem por coisa tão certa
Como uma árvore, colina, rio, ou monte
Habitado por família unida, sã e desperta?
Então, esse sabe até reconhecer a aresta
Que há no distante Sol cuja seta acerta
Raio de alerta e sobre a alma o rio apresta
Ao tempo contínuo, sem fim, sólida ponte!
a linguinha tambem não está mal... um pouco torta (mas ladina) :-)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
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