quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Descanso


O blog tem sido descurado porque tenho andado muito cansadinha. A juntar á questão do trabalho, há o curso de espanhol que me obriga a estar em Lisboa até a 22h e ainda ter trabalho de casa para fazer, pelo que não tem sobrado tempo para cá vir. De qualquer forma as máquinas tb ficam cansadas e doentes e foi o que aconteceu. Vou estar uma semana em casa a descansar porque a caixinha dos pirolitos queimou. É lamentavel chegar a este ponto, mas depois também fico a saber o nível a que trabalho. Hoje sai eu porque já não aguentava mais e houve logo uma reunião de emergência para saber como se podia organizar o departamento sem mim (a máquina), pois a conclusão foi esta: sai 1 pessoa, entram 3 para fazer o que eu fazia. Estava claramente a trabalhar de mais... coisas de máquina...
Nos proximos dias vai haver tempo para ler, escrever no blog, dormir, apanhar sol, jardinar, e estar no campo a vêr se a minha cabeçinha volta ao lugar sem a confusão da grande cidade.

1 comentário:

Joaquim Maria Castanho disse...

À Esquina da Sombra

Este é o império do foi ontem, ao crepúsculo;
Tudo é memória, lassidão contemplativa, sede.
E esse alguém que procuras do outro lado da espada
Que conhece o gume e fio de diferente ângulo ao vértice
Já esculpiu a dor na pedra dos rostos com o cinzel da fala
Já escorreu de ventre esgueirante entre as fragas agrestes
Já desceu os rápidos entre o silêncio e o sonho
Como se canoa de asas abertas fosse o seu canto
Num composto cromático de argila vermelha e cinzenta.

Já te disse que nunca poderia ir por onde todos vão
Embora haja no seu sorriso a precisão dum caminho
Duma vaga ambiguidade a que me possa abandonar,
Alguém a pisar o linho com o sopro da voz no desvão
O murmúrio quase aceso no patamar de uma elipse
A curva do tronco a arfar na contradição do suspense.

Esse thriller, sim, que a história nos segreda nas tardes
Como se fosse o dia do tamanho dos milénios indecisos
É tão-só o negativo do romance que o teu nome soletra
À esquina da sombra, entre ser e dizer, apenas sofreguidão
Aberta válvula para dentro transparecer a serenidade doce
Da luz a desmaiar aos pés de um quotidiano que aspira
Corre e se deita ao comprido das águas imperiosas.