Tive um convite para ir a pé até Fátima ver o Papa. Falou-se nisso assim que se soube da noticia e sempre me mostrei disponível para embarcar nessa peregrinação. 1 mês antes o convite foi confirmado, mas afinal já não era uma peregrinação - íamos mesmo só para ver o Papa e não faríamos uma caminhada de mais de 10km desde onde ficava o carro até ao Santuário porque também ia uma criança de 13 anos. Partiríamos esta madrugada e ficaríamos a dormir no recinto. Por mim tudo bem, eu ia só por companheirismo e por curiosidade em ver o Papa.
Afinal já ninguém vai, porque na minha opinião o pai da criança nunca ficou muito satisfeito com o facto de a mãe ter cedido a levar a filha até Fátima. Acabou por se gerar um movimento de vai ser o pânico, é muita gente, e vai ser uma confusão e não é seguro e as coisas podem correr mal e mais uma série de argumentos que são todos muito válidos para quem não deseja que os outros façam as coisas.Ora eu, que até estou com uma crise de sinusite e uma infeção urinária, não me importo nada de ficar em casa a assistir na televisão e a poupar-me à intempérie. Ainda assim daqui se tiram várias lições.
1- isto já mais aconteceria, se o grupo de pessoas que decidiu ir tivesse por base a fé em vez da curiosidade.
2 - a importância de saber dizer que não a um filho. Não podes participar em tudo quanto os adultos fazem e tens que fazer as actividades que são correctas para a tua idade. A individualidade dos pais é fundamental e um exemplo para os filhos, além de que na minha opinião um não, dito no momento certo e pelo motivo certo estrutura muito mais o carácter de uma criança, do que um sim, só para fazer a vontade.
3 - a confirmação de que não sou feita do mesmo barro que este grupo e que se fosse algo realmente importante para mim, eu já tinha posto patas a caminho mesmo sozinha. Nem que ficassem todos com um ataque de pulgas. Talvez seja por isso que dizem que sou a única que consegue seguir os planos até ao fim. É mais do que foco e disciplina. Neste caso em especifico é não me anular e nunca deixar que os outros decidam por mim.
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