quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ser órfão - uma questão de identidade

No meu caso é mesmo verdade que os meus pais eram as pessoas que melhor me conheciam e mais me amavam independentemente de tudo o resto. Verdade que tenho bons amigos e um super companheiro que tem sido o meu apoio para todas as situações boas ou más. O que é certo é que se formos constantemente injustos e incorrectos com essas pessoas elas seguem a sua vida sem nós, coisa que normalmente um pai não faria. O Amor dos pais é mesmo assim incondicional, mesmo para os filhos menos bons. Além do sentimento de perda de quem nos Ama sem qualquer reserva, um órfão lida também com a questão da sua identidade. É que normalmente são os pais que nos relembram quem somos e reforçam a educação que nos deram. Se perdemos os nossos pais numa altura em que ainda nos procuramos, ainda andamos sem saber quem somos e qual é a nossa missão por cá, a situação torna-se mais complicada. Conheço muita gente que se perdeu de vez depois de os seus pais partirem. Outros como eu lutam por uma afirmação de quem são, por conseguirem viver pelas suas regras e condutas de uma forma suave, sem se imporem aos outros. Isso sim é extremamente difícil. Sermos tudo aquilo que somos e os outros aceitarem a nossa totalidade, que nem sempre é bonita, mas não deixa de ser a semente da identidade que os nossos pais plantaram e que agora cresceu...passou de uma sementinha a uma árvore que até já faz sombra...