Somos nós próprios, com os limites a que nos impomos e as zonas de conforto das quais não queremos sair. No meu caso o orgulho, o facto de ser importante sentir-me auto-suficiente e pouco ou nada vulnerável, tem sido o meu calcanhar de Aquiles. Até que me surgiu uma situação que não conseguia resolver sozinha e não existiam caminhos fáceis por onde escolher, a solução era só uma - pedir ajuda. Até tenho 3 pessoas a quem posso pedir este tipo de ajuda, mas nunca o tinha feito e passei a semana a preparar-me para isso. Sempre com um humor instável, uns picos de ansiedade tremendos e um sentimento de culpa terrível, por pensar que o bebé também se podia sentir ansioso por eu estar assim. Acabei por ir suavizando as coisas com a imposição de uma data limite para fazer o tal telefonema e tentei guardar os nervos todos para esse dia. Será que tinha mais medo de me expor ou de ouvir um não? Chega a uma altura em que já nem importa porque nos sentimos mal, temos é que resolver a questão, e assim foi. E foi fácil, muitissimo mais simples do que tinha imaginado, ou melhor temido. Não só a resposta foi positiva como imediata, bem como a pessoa em questão me disse que se sentia muito bem por saber que eu tinha confiança para recorrer a ela e que tinha todo o gosto em me ajudar. Passei uma semana de sofrimento para nada... quer dizer, não foi em vão porque me fez perceber o quanto eu já mudei o chip, desde que engravidei. Se fosse sozinha eu tinha virado o mundo ao contrário e tomado decisões menos boas mas que só passavam por mim e com o bebé a depender do meu bem estar e discernimento ganhei forças para fazer aquilo que não queria.
É que não basta ter garras, é preciso saber usa-las. E às vezes o bom uso dos nossos recursos também passa por olhar para a situação e ter a noção que não vamos dar conta do recado sozinhos e que precisamos de ajuda. Isso não nos torna mais fracos, só mais honestos e conscientes dos nossos limites.
Sem comentários:
Enviar um comentário