sábado, 31 de maio de 2014

Literatura de cordel

Era o nome que a minha mãe dava aos livrinhos da colecção Harlequim que eu comprava na papelaria junto da escola. Eram pequenos romances, de cariz bastante sexual para uma adolescente e com um enredo sempre semelhante. Existia uma protagonista frágil, sozinha, carente e muitas vezes sem qualquer experiência sexual, que se apaixonava irremediavelmente por um homem muito atraente, quase sempre mais velho do que ela e com uma capacidade de lhe dar prazer que ela nem sabia que poderia existir. Depois de alguns mal entendidos e de a meio da história ela pensar que o seu mais que tudo não a ama e a abandonou, ele regressa para esclarecer tudo e finalmente ficar com ela.
A minha mãe temia que este tipo de histórias que regra geral estão tão apartadas da realidade, pudessem de alguma forma criar expectativas impossíveis de alcançar na mente de uma jovem tão inexperiente. 
O que é certo é que muitos anos mais tarde pude viver um desses amores Harlequim. Daqueles amores que depois de ultrapassar a fasquia dos 25 anos e de assistir a muitas temporadas de O Sexo e a Cidade, pensei que só existiam no cinema. Com algum distanciamento, vejo que a literatura de cordel me permitiu esperar um grande amor e saber reconhecer e compreender que o estava a viver naquele momento, com toda a pureza e ingenuidade que as protagonistas dos livrinhos viviam.


Tudo isto a propósito de um livro muito recente no nosso mercado chamado Pecado, da autora Sylvia Day.
Quando li o resumo, pensei logo nos romances de cordel próprios da adolescência, mas depois percebi que também mulheres da minha idade são um mercado importante deste tipo de leitura. Depois do sucesso das Sombras de Grey, parece-me que temos público feminino dos 15 aos 55 para este tipo de livros, que não deixam de ser literatura fácil com sugestões de soft porn. E isto é estranho, porque na minha altura não via mulheres de 40 a lerem os romances Harlequim. Hoje tanto as adolescentes como as mulheres mais maduras são sugestionadas pela mesma fonte. Se quando somos mais novas procuramos informação sobre  sensações eróticas que ainda não experimentamos e que de certa forma nos preparam para o que pudemos esperar numa relação física a dois, aos 30 ou aos 40, o que é que procuramos nestes novos livros de cordel? Como se sente uma mulher casada com toda um percurso de vida tradicional que lê naquelas linhas sensações e situações que nunca se permitiu a viver? Será que ainda vai pensar que é tudo ficção? Ou que passou uma boa parte da sua vida a olhar apenas numa direcção?

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Robbie Williams - Angels - Rock in Rio Lisboa 2014





Foi a minha primeira vez no Rock in Rio Lisboa e provavelmente não será a última. Digo provavelmente porque terá que ser um cartaz muito atractivo para me fazer voltar, é que eu não sou pessoa de festivais. Em primeiro lugar foi uma canseira para lá chegar. Depois o recinto é enorme e com muita coisa que fazer e onde gastar dinheiro. Por uma lata de sumol paguei 3€! Ora se tivesse passado lá um dia inteiro entre o dinheiro do bilhete as bebidas e comidas o dia do festival não saía por menos de 80€. Por isso mesmo, é preciso que o cartaz seja magnifico, que se tenha tempo para ir cedo e usufruir de tudo ao máximo e que no dia seguinte esteja de folga.
Confesso que prefiro ver apenas um artista num recinto fechado com uma boa acústica e estar confortavelmente sentada. Esta logistica de andar aos pulos e aos saltos, com encontrões e pisadelas de todo o lado e gente constantemente a empurrar e a passar á nossa frente para ver melhor o palco, está longe da minha zona de conforto. Ainda assim o concerto do Robbie Williams foi bom e gostei do esforço que fez para conseguir entrar na onda do festival, já que ele é um artista de grandes salas e espectáculos de casino.
Se para o grande público português foi bom vê-lo cá? Parece-me que sim. Já para mim teria sido indiscutivelmente melhor assistir ao mister entertainment num coliseu ou num pavilhão atlântico. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Se a Madeira é um jardim

São Miguel é uma floresta salpicada por flores...




















terça-feira, 27 de maio de 2014

Dos meus sonhos

Algumas (poucas) pessoas sabem qual é o assunto, que nos últimos meses tem estado na minha ordem do dia e como isso muitas vezes me distrai e muda a minha disposição. Tinha mesmo vontade de relaxar e esquecer esse assunto nesta minha viagem aos Açores. Os primeiros 2 dias correram bem, mas ao terceiro tive um sonho, daqueles sonhos que nós percebemos que é uma mensagem directa. E assim sonhei que estava numas casas na planície,  num sitio muito sereno onde nada nem ninguém me podia fazer mal e onde a anfitriã se chamava Helena. No dia em que me vinha embora, percebi que era o seu aniversário e quis ir dar-lhe os parabéns. A todos os que foram falar com essa Helena ela tinha uma mensagem especial para cada um de nós como forma de agradecimento. A mim ela disse - Vive os próximos tempos com atenção ás palavras de São João. Ora isto fez um grande nó na minha cabeça, porque não conheço assim tão bem a bíblia para perceber o que é que ela quis dizer com isso. Quando cheguei fui pesquisar... e fiquei realmente preocupada. Tentar viver os próximos tempos de acordo com isso será um desafio ou quiça um subir a ponta do pano para o que aí vem?


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Voltei da Ilha feita um vegetal

A viagem correu muito bem e a Ilha de São Miguel é linda! Daqueles sitios a que voltamos vezes sem conta e descobrimos sempre novas paisagens maravilhosas. Desta vez vou fazer um pequeno roteiro para conhecer a ilha em 5 dias (assim que tiver tempo).


E embora a viagem tenha corrido lindamente voltei cansada, porque São Miguel pede umas pernas e uns pulmões muito em forma para as subidas e descidas por trilhos acidentados, matas e acessos ás lagoas.
Ontem quando regressei a casa já desejosa de me esponjar no sofá, fui surpreendida com uma ida ao Rock in Rio para ir ver o Robbie Willians, que era o nome que mais me interessava no cartaz deste ano. E a surpresa do Sr Fofinho foi optima, mas confesso que já me doia tuuuuudo até á alma quando chegou a altura da Ivete Sangalo. Não podia nem com uma gata pelo rabo e arrastei-me até ao carro e choramingando que estava cansada demais para conduzir, a ver se tinha motorista. Como choramingo bem, a coisa deu-se e lá fui meio a dormir até casa, claro que hoje também estive em estado vegetativo todo o dia no trabalho e ainda tenho umas horinhas de sono para pôr em dia...


terça-feira, 20 de maio de 2014

Nem tudo é chuva

Ao contrário de Portugal continental, nos Açores não há previsão de chuva para os próximos dias!




Amanhã vou sair daqui com chuva e chegar a São Miguel com Sol :-)

domingo, 18 de maio de 2014

Dos domingos com Sol

Este foi passado no parque das nações. Estreia do Sr Fofinho e do meu amigo V em assistir a um bailado, e o que nos calhou foi logo O Lago dos Cisnes! Sou suspeita a opinar porque este é um dos meus favoritos a par do Quebra Nozes e da Gisele.


Definitivamente o bailado não é a praia do Sr Fofinho... já com o V é muito provável que volte a assistir a um outro bailado em breve. Ainda assim temos que dar algum desconto a esta estreia deles, porque a companhia nacional de bailado é só assim assim. Que me desculpem os que afirmam que o que é Português é bom e com os quais eu também concordo, mas no que toca a bailado eu prefiro os russos. São só incomparavelmente melhores! Não sequer critico a parte artística dos bailarinos, porque o que salta mesmo à vista são as lacunas na técnica. Aquilo que me surpreendeu pela positiva foi o guarda roupa, que era deslumbrante, quase etéreo. 
Ainda assim a cavalo dado não se olha ao dente, e é sempre muito bom ter amigos que nos arranjam este tipo de bilhetes de forma gratuita. Cá eu estou sempre disponível para ir ao bailado e explicar toda a historia e dizer aquilo que se espera de um bom bailarino em cada um dos actos. Arranjem-me ingressos que eu faço a iniciação aos novatos com o maior prazer!


E depois já que estava na expo numa tarde de bom tempo, tive que ir picar o ponto ao meu spot favorito - O Peters e matar saudades do meu adorado gin do mar. Foram só dois... que eu não sabia se podia beber ou quando poderei voltar a fazê-lo...


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Lá em Liliput somos todos assim

e conseguimos transformar o prazer num drama! Tenho o livro Baudolino (não é o baú do Lino como já ouvi alguém dizer e que me deixou a rir sem parar uns bons minutos) do Umberto Eco que é conhecido pelo uso da linguagem semiologica na sua escrita. Ora o livro tem estado na minha estante sossegadinho há uns bons 10 anos. Lembro-me de na faculdade ter estudado o papel dos signos culturais no livro O Nome da Rosa do mesmo autor e por algum motivo não cheguei a pegar neste outro livro dele. A questão é que ler um romance histórico é algo que entretém e que ocupa o tempo com muita facilidade, mas ler o mesmo romance tendo em conta que o autor é um mestre na manipulação dos signos já não é bem a mesma coisa. Em vez de nos envolvermos na historia passamos o tempo a escarafunchar o significado real das palavras e as pontes que o autor cria, entre aquilo que diz e aquilo que realmente nos quer dizer.


E foi assim que numa semana consegui tornar os meus momentos de leitura, num inferno!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cada um... é para o que nasce





Uns preferem o mel outros o chocolate! Uns uma african queen, outros uma loira pele de leite...

Com 15 anos de atraso

Quando sou eu que tenho que perguntar a minha médica de sempre quando foi a última vez que tomei a vacina do tétano e ela me responde com a maior das descontracções que foi em 1994 algo está errado! É que esta vacina além de fazer parte do programa nacional de vacinação, deve ser tomada de 10 em 10 anos e é da responsabilidade do médico de familia encaminhar o paciente para as vacinas obrigatórias. Agora a vacina já está tomada e com sorte daqui a 10 anos a minha médica já estará reformada e eu terei um médico mais competente, mas até lá terei que ser eu a fazer o trabalho dela no despiste de todas as situações que podem prejudicar a minha saúde.


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sobre o que nos espera


Quando sabemos exactamente aquilo que queremos...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Foi assim que começou

A ideia para esta viagem partiu deste  artigo. Claro que é um sitio que já pretendia conhecer à algum tempo, mas esta reportagem foi o que impulsionou a viajar para lá este ano. Isso e o facto de termos férias em Maio, quando não fazia parte dos planos iniciais. Maio é um mês fantástico para ir para aqui...



Mas é que tinha que ser mesmo para aqui! Se não houvesse vaga para este hotel já não era a mesma coisa. Mas afinal houve vaga e vai ser muito, muito bom!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

I beg your pardon?

Foi o que me apeteceu dizer na lavandaria quando apresentaram a conta de 23€ pela lavagem de dois edredons de casal! Quer dizer eu sei que normalmente eles só são lavados 1 vez por ano na mudança da estação, mas com estes preços bem que me apeteceu voltar para casa com eles por lavar!


domingo, 11 de maio de 2014

O que me espera



As boas noticias são que gostei muito da nova ginecologista e com sorte temos relação para a vida! Mas como uma boa noticia nunca vem só (não acontece apenas com as más), aqui a menina teve ultimato para perder 10kg e isso era mesmo daquilo que estava a precisar. E como pessoinha altamente motivada já comecei a fazer dieta e exercício ontem!


Esta fase da privação de chocolate ainda está para chegar...

sábado, 10 de maio de 2014

Da falta que um ginecologista faz

Dos 17 anos até aos 31 já tive 3 ginécologistas e vou a caminho do próximo. A primeira médica era excelente, mas de tão boa que era tinha que fazer as marcações com 3 meses de antecedência! Ora isto para o inicio da idade adulta é muito complicado, porque é a altura em que nos surgem as situações ginecológicas mais estranhas. Como resultado das urgências sem resposta fui atendida várias vezes por um colega dos meus primos no hospital de Évora, que passou a ser oficialmente o meu ginecologista. Os primeiros anos correram bem e a questão da distância não importava porque ele estava sempre disponivel para mim, o problema é que o Kikas (assim era a alcunha do meu ginecologista) entrou numa fase em que se divorciou e comprou um ferrari que gostava muito de exibir nas noites lisboetas... sempre que vinha de Évora para Lisboa telefonava a convidar-me para sair e a situação começou a ficar estranha. Para ele eu era mais uma miuda amiga da familia e dos colegas dele e que por sorte gostava muito de dançar e sair á noite. Para mim copos e pernas abertas (na marquesa do consultorio) não funcionava. Não conseguia olhar para ele nem como médico nem como amigo. Arranjei uma desculpa e escolhi um ginecologista mais proximo de casa. Fui lá 3 vezes e não houve empatia. Não era mau médico, mas também não me conseguiu fidelizar. Sempre que ia á sua consulta perguntava porque é que ainda não tinha tido filhos e dizia sempre que tinha um útero muito cor de rosa (suponho que seja uma coisa boa) ideal para engravidar...
Bom, o último médico deixou de dar consultas naquela clinica, mas a mim dá-me jeito continuar a lá ir porque a empresa onde trabalho tem acordo. Por isso hoje temos uma estreia com a Dra Rubina. E eu estou a fazer figas para gostar dela e finalmente encontrar um ginecologista para a vida!





sexta-feira, 9 de maio de 2014

Das palavras

que vivem em mim e que não são escritas aqui.
Por motivos temporais, de privacidade e de qualidade. Porque nem sempre as manhãs são amigas da escrita e neste momento escrever logo depois de uma jornada de trabalho não me sabe bem.
A privacidade tem sempre que ser tida em conta. Este não é um cantinho isolado do mundo. É um espaço a que colegas, amigos, amores e família têm acesso e por ser um grupo tão heterogéneo de indivíduos que me lêem certas plataformas onde estão (ou caixinhas onde os arrumei) não se cruzam.
E por fim e não menos importante a qualidade. Porque sou alguém que se expressa através da escrita, mais do que por qualquer outra forma de linguagem. Porque a minha inteligência e sentido de estética também se revelam na forma como escrevo e/ou naquilo que escrevo ou opto por omitir.
Tudo junto acaba por resultar em alguns dias de silêncio, ou paragem no blog. Claro que poderia optar por aqui colocar um instagram onde mostro o café da esquina onde fui beber a bica ou as bolachas novas que encontrei no continente, mas efectivamente não sou o tipo de mulher que partilha cafeína e bolachas com o mundo.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Além do bem e do mal

Sempre que conseguimos, devemos tomar as nossas decisões da forma mais inteligente possível, e a maioria das vezes essa forma inteligente de ver o mundo está bem longe de um conceito como o bem e o mal.
Penso que a essência de quem somos também fica longe desses conceitos que podem ser tão abstractos.


Existem alturas em que a vida se complica tanto que não existe outra forma de dar a volta ao texto, se não usando tudo aquilo que temos cá dentro. E tudo aquilo que somos está bem acima do bem e do mal...



sexta-feira, 2 de maio de 2014

Demais para mim...

O fds anterior foi em andamento acelerado para o meu ritmo, que é o de quem gosta de descansar um dia e sair no outro. Como neste momento só tenho um fds livre em cada mês acabo por juntar muita coisa com diferentes pessoas para a mesma altura.



No fds passado fomos passear para Sesimbra e jantar no restaurante Portofino.



O sábado este um pouco chuvoso o que acabou por ser bom, porque conseguimos estacionar com facilidade e não apanhamos a confusão habitual nas ruas de Sesimbra aos fds. Na praia do ouro só se avistava mesmo o veleiro atracado de fronte para o restaurante.




E jantamos muito bem, entre um carpaccio de polvo e um...



Chèvre no forno e uma açorda de camarão de que já não tirei foto porque o empregado a desfez para puder ser servida... e para terminar um creme de morangos com gelado.



O restaurante é muito giro e bem decorado e a sangria é top, top!
Depois de tudo isto ainda fomos ao cinema ver O Grande Hotel Budapeste que adorei! Tantos bons actores num registo inesperado dá um excelente filme.




No domingo foi dia de ir para o chiado ver as lojas e lanchar no Café Klaus umas especialidades austriacas. O meu chá era de amora negra com gengibre e o bolo tinha pedaços de cereja com uma massa a saber muito a limão.




Depois do lanche e já a fazer as contas ás calorias ingeridas demos uma grande volta no chiado e no principe real para descobrir as novidades (que naquela zona são sempre muitas) e ir gastando a glicose no sangue.



E conseguimos chegar ao Teatro Trindade acompanhadas pelo som deste violinista que tocava na varanda do Chiado factory.



Fomos ver a peça 8 mulheres. Gostava de dizer que é uma grande peça, mas isso não seria verdade... a encenação é fraca, a interpretação das actrizes mediana á excepção da Custódia Galago que é fantabulástica. Para terminar o fds em beleza fomos descobrir o novo restaurante TO.B, na Rua Serpa Pinto. Muito dentro do género destas novas hamburguerias gourmet que têm surgido como cogumelos nos últimos meses, mas com os empregados mais simpaticos que possam imaginar.




E depois de um fds em modo tão acelerado que me deixou cansada para o resto da semana, tanto que só consigo colocar este post já estando a beira de outro fds, percebi porque é que muitas bloguers passam a semana a acordar cedo e fazer jogging... é para conseguirem comer tudo aquilo a que têm direito no fds seguinte!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Uma primeira vez para tudo

Faltam 20 dias para as minhas segundas férias do ano e ainda não tenho as passagens compradas. Nunca tal me aconteceu, mas este ano para controlar melhor os gastos e pagar estas férias com o subsidio que é pago em junho vou comprar as passagens com o cartão de crédito, pelo que só pode ser a partir de 11 de Maio, para embarcar no dia 21. Isto causa alguma ansiedade a alguém que gosta de ter tudo sobre controlo (eu!) mas vai ter mesmo que ser assim. Entretanto já tenho carro e hotel reservados, só falta mesmo ter como chegar lá!