segunda-feira, 28 de abril de 2014

De uma manhã passada nas repartições públicas

Hoje foi dia de tratar de papelada. Foi banco, foi segurança social e uma ida ás finanças. No banco não estava ninguém. Na segurança social estavam 10 pessoas e resolvi descer a rua e ver como as coisas estavam nas finanças... 40 pessoas á minha frente. Voltei á segurança social e fiz o pagamento, havia gente por lá que também tinha a senha das finanças e que comentava que hoje estava muita confusão porque os mais idosos que ainda não tinham pago o IMI resolveram que hoje era o dia de o fazerem!
Quando voltei ás finanças verifiquei que era verdade o que diziam e estava um Sr a um canto que resmungava que as pessoas são doentes e estão cansadas e não podem estar 2h à espera de serem atendidas. Depois de tanta conversa encostou-se à parede e comecei a ouvir um tic tic familiar. Qual não foi o meu espanto quanto percebi que estava de corta unhas em punho a cortar as unhas em frente a toda a gente para o chão das finanças. Uma coisa é não gostar de lá ir fazer pagamentos, que ninguém gosta, outra coisa é falta de educação e asseio. Fiz um ar tão incrédulo para aquilo que estava a ver que rapidamente o homem guardou o corta unhas no bolso interrompendo o que estava a fazer.




Depois pensei que podia fazer um paralelismo com a escrita da Margarida Rebelo Pinto. Muitos defendem que embora aquilo que ela escreve não se possa considerar literatura de qualidade, mais vale ler mau, do que não ler nada. E eu pensei o mesmo sobre o Sr que corta as unhas na tesouraria das finanças. Talvez seja melhor que as corte ali, do que andar com elas sujas e grandes. Resumindo, escolhemos um mal menor, mas não mudamos a nossa opinião sobre quem usa o corta unhas em público ou sobre quem lê livros da Margarida Rebelo Pinto.

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