sexta-feira, 4 de abril de 2014

Corunha


A Corunha era a última cidade que me faltava visitar na provincia da Galiza. Na verdade não conheço Lugo, mas também não tenho nenhum interesse nessa cidade, pelo que neste momento já posso dar como encerrada a descoberta da Galicia!




É muito simples conseguir orientar-se na cidade da Corunha. De um dos lados temos o porto, que é uma dos mais importantes da Europa e o coração financeiro da cidade.



Pelo meio temos as ruas de principal comercio, restaurantes e cafés.



E na outra ponta a parte das praias de Riazor e Orzán.




Por fim todas as pequenas calles vão dar á Praça Maria Pita, que segundo dizem tem uma chama sempre acesa junto á sua estátua, mas não sei se foi pelo mau tempo e pela chuva, mas nós não vimos chama nenhuma no local.




Esta personagem ficou muito conhecida na história espanhola pela sua intervenção, em 1583, durante o cerco que os ingleses fizeram à Corunha. Maria Pita, numa altura em que os ingleses se encontravam em claro domínio e a vencer sobre a população da Corunha, consegue derrotar o soldado inglês que carregava a bandeira. Com a bandeira inglesa nas suas mãos, Maria Pita motiva a população da Corunha, que assim consegue vencer as tropas inglesas.




E por fim, nenhuma viagem á Corunha estaria completa sem uma visita á fomosa Torre de Hércules! É um Farol que data do século II e o que o torna realmente especial é o facto de ser o Farol mais antigo do mundo que esteja em funcionamento. Chama-se Torre de Hércules por conta de uma lenda que diz que Hércules chegou de barco às costas que rodeiam actualmente a torre e que foi, precisamente ali, o lugar onde enterrou a cabeça do gigante Gerião depois de o vencer em combate. Acendeu então uma tocha ou chama eterna naquele local, para lembrar a população de que não deveria mais ser subjugada por nenhum tirano.




Penso que a associação da lenda ao local, mesmo junto da costa, fez com que o suposto fogo eterno desse lugar a um farol, afinal é uma luz eternamente presente para ajudar quem precisa de chegar á costa.




Mas aquilo que verdadeiramente me encanta e que me levou a fazer esta viagem á Corunha, é esta relação com a natureza e os seus elementos num estado mais bruto. É uma paisagem desafogada, inóspita e com muita força. Só nos damos conta de como somos pequenos perante esta força da natureza, quando chegamos lá abaixo empurrados por um vento imenso por aquelas escarpas fora e somos atingidos por aquele ar salgado que vem do mar e que nos fica emprenhado na roupa e na pele.




E em dias de frio e sol, como este em que visitei a Corunha, nem precisamos de uma rosa dos ventos que nos guie até lá. Parece que não existe mais nenhum sitio no mundo onde faça mais sentido estarmos naquele preciso momento do que ali, com os pés na rosa dos ventos e os olhos postos no mar...



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