sábado, 3 de setembro de 2011

Um fds só para mim (mais as obrigações)

Temos novo blog a ser seguido pelo virar da esquina! Gosto muito da forma de escrever do Arrumadinho. É que além de escrever bem, tal como um bom jornalista deve escrever, gosto dos assuntos que aborda e a forma como o faz. Gosto de como consegue fazer tudo aquilo que deixa um tipico homem feliz e ainda assim ter tempo para a mulher para o filho e para uma série de projectos interessantes.
Neste caso a minha ideia é de vez em quando ir buscar um texto dele e colocar aqui, citando devidamente a fonte e fazer uma ponte para aquilo que é a minha opinião e a minha vida.
Então hoje o primeiro post retirado do blog do arrumadinho é este:

Sozinhos e solitários
Há gente que não sofre por falta de amor, sofre por falta de alguém. Pessoas que podem estar solitárias, não podem é estar sozinhas. E então atiram-se de cabeça para todas as oportunidades que lhes surgem pela frente, não cuidando de perceber se aquela pessoa tem o que de facto é importante para a fazer feliz. Muitas vezes deixam de estar sozinhas, arranjam alguém, mas não deixam de estar solitárias. E este estado dura, muitas vezes, anos e anos.

Mais importante do que sermos obcecados em encontrar alguém, em apagar o rótulo de "encalhado", é descobrirmos as coisas que nos fazem felizes e que podemos fazer sem outra pessoa. Esse processo de aprendizagem não é fácil, e há mesmo que nunca consiga chegar a este estádio, porque há quem não goste, mesmo, de fazer nada sozinho, e ache deprimente fazer coisas sozinho, e recusa-se a fazer coisas sozinho. Como não se encontram pessoas a toda a hora, o que acontece é que quem vive nesse sentimento acaba por não fazer nada. E ao não fazer nada gera mais ansiedade, mais necessidade em encontrar alguém, uma companhia, e como a espera por vezes é longa, lá está, atira-se à primeira coisa que aparece. E é este o ciclo.

Ninguém melhor do que nós sabe aquilo que nos faz bem. Mas nós não somos seres imutáveis, nem nunca nos conseguimos conhecer em pleno, podemos sempre aprender coisas novas, descobrir coisas de que, afinal, gostamos. Para isso temos de ter iniciativa e vontade, força, perseverança, temos de perceber que se queremos mesmo ser felizes não temos de encontrar alguém, temos de nos encontrar a nós próprios.

Os momentos em que estamos sozinhos são as melhores oportunidades para fazermos aquilo que bem nos apetece. Não estamos condicionados por vontades alheias, não temos de fazer cedências - "hoje fomos aqui porque tu quiseste, hoje vamos ali" -, só que essa liberdade é quase sempre condicionada pela inércia, pela ideia de que não conseguiremos desfrutar de um prazer se estivermos sozinhos. Há quem diga que jamais seria capaz de fazer uma viagem sozinho. Só que, por achar isso, nunca a fez. Se calhar se fizesse perceberia que viajar sozinho pode ser maravilhoso. E, para mim, não há coisa mais deprimente do que viajar, viver ou partilhar coisas com uma pessoa que não se ama e de quem nem sequer gostamos particularmente.

Se conseguirmos ser felizes sozinhos, conseguimos ganhar um brilho que chamará mais depressa as pessoas interessantes. Se conseguirmos ser felizes sozinhos conseguiremos apurar os nossos critérios de escolha na altura de decidir se devemos ou não arriscar uma relação com outra pessoa. Se conseguirmos ser felizes sozinhos perdemos a pressa. E quando não temos pressa, chegamos sempre lá

Concordo com tudo, tudinho. Conheço várias pessoas assim. Não posso dizer que fui uma delas, porque desde pequena que gosto de fazer certas coisas sozinha, inclusivê brincar. Dos exemplos que o Arrumadinho deu, só ainda não fiz uma viagem sozinha, tenho tido sempre a sorte de ter boa companhia para viajar, mas ainda assim tenciono faze-la.
Quanto ao cotidiano, existem imensas coisas que não me importo de fazer acompanhada, mas que ás vezes me apetece mesmo fazer sozinha.
Ir ao cinema, por impulsso, para vêr aqueles filmes que só me interessam a mim e não tenho que negociar com o outro o filme a vêr.
Ir á praia sozinha. Gosto de ficar lá sossegadinha a ler e a escrever sobre coisas que se passam na minha cabeça naquele momento. Custumo ter epifánias brilhantes quando estou na praia sozinha.
Ir ás compras. Não gosto de andar a arrastar as outras pessoas pelas lojas, a deixar que fiquem á espera que experimente tudo o que me apetece ou dar oportunidade que comentem quanto vou gastar nisto ou naquilo. O dinheiro é meu o gosto para me vestir também, e não preciso de audiência para isso. Já não me importo de ir com os outros e ajudar a escolher, tenho toda a paciência do mundo para isso, mas comprinhas á séria cmg, daquelas que duas mãos não chegam para carregar os sacos, isso é definitivamente sozinha.
Gosto em dias de neura ir passear sozinha com os cães. Coloco os phones e vamos os 3 fazer os 8km da praxe. Chego até a ficar irritada quando algumas pessoas insistem que também querem ir. Não me apetece conversar nem pensar e companhia estraga tudo.
Também gosto de tomar um café e ler o jornal numa esplanada virada para o mar, num fds de manhã. Não sinto falta de companhia, o café e o jornal chegam muito bem.
Gosto de visitar museus e monumentos sozinha. Até ao ano passado pensei que não, mas depois de ter feito o passeio sozinha até é feira da ladra, Visitar ao Panteão Nacional e o Mosteiro de São Vicente de fora, verifiquei que não faltava lá ninguém, a melhor companhia foi mesmo a minha.
E hoje vou ter um dia daqueles em que vou fazer sozinha coisas que adoro fazer sozinha. Já que tenho que ir á Baixa tratar da gata Simone e deixar a casa impecavelmente arrumada, vou aproveitar para ir sozinha á confeitaria nacional tomar um café e comer uma daquelas fatias deliciosas do bolo de chocolate que lá fazem. Adoro sitios com aquela pátine e faço mesmo questão de subir ao primeiro andar e ficar numa mesinha com vista para a rua a saborear o meu momento. Despois vou vêr todas as lojas de que gosto na baixa. Vou comprar um miminho de boas vindas para o meu amigo encontrar em casa quando voltar de férias.
Venho para casa dormir a sesta na minha caminha fofa, e a noite vou ao cinema com a madrinha que é um daqueles verdadeiros casos de quem se não tiver copanhia para sair não faz rigorosamente nada. Com 50 anos já não muda, nem eu a consigo fazer mudar, nem ela lhe encontra necessidade na mudança. Por isso mesmo faz parte das "obrigações" que criei no meu mundo sair com ela 1 vez por semana para não estar sozinha.
Espera-me um dia perfeito...

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