quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Esta não sou eu

Eu não faço isto, mas (e há sempre um mas), como bom caranguejo que sou, se alguém me magoar profundamente, recolho à minha concha e podem nunca mais me ver. Em 90% dos casos em que risquei alguém da minha vida, não me arrependi nem voltei atrás. Nem sempre aquilo que os outros nos fazem é motivo de litígio. Depende de quem são os outros, daquilo que sentimos por eles e até que ponto é grave a situação. O que senti recentemente foi uma injustiça. Naquele momento o tempo parou e algo se partiu cá dentro. Se tem conserto? Penso que não, nunca acreditei em pensos rápidos nem ligaduras milagrosas. Aquilo que fiz mais uma vez, foi uma avaliação dos danos causados e já sou expert nessa matéria. Concluí que não seriam danos de morte, mas que me obrigavam a nunca mais percorrer o mesmo caminho que seguia até então. Será que a isto também se chama a - Crónica de uma morte anunciada? Porque tudo pode morrer quando  o outro percebe que nos atirou desfiladeiro abaixo e que por essa acção nunca mais vamos poder percorrer juntos a mesma estrada. Se era isso que o "outro"pretendia com as suas palavras? Provavelmente não, mas uma vez atirada para o fundo do desfiladeiro, eu é que já não posso voltar a subir para o mesmo caminho...


E sim, nestas circunstâncias, quem se põem com grandes filosofias sobre perdoar e esquecer, anda mais uns metros e na curva seguinte é novamente atirado da estrada.

Sem comentários: