quarta-feira, 26 de julho de 2017

Do outro lado da generalização

está a nossa realidade. Falo sobre aquele tema que faz comichão a muita gente - etnia cigana. A opinião pública muito indignada porque o candidato à câmara de Loures tocou num ponto sensível. A questão é sensível para quem? Para aqueles que eu encontro na sala de espera da segurança social e remordem entre dentes que metade da sala é constituída por ciganos que vivem à conta do estado? Ou para aqueles que encontro na sala de espera do centro de emprego que quando entra um cigano comentam com o vizinho do lado - lá vem mais um que não quer trabalhar? É que me parece que o povo português tem uma opinião muito bem fundamentada sobre esta situação e que se baseia na sua realidade. Falo eu pela minha realidade então - não conheço pessoalmente alguém da etnia cigana, mas frequentei durante 3 meses um centro de formação onde existia um grande grupo de ciganos que eram obrigados a lá permanecerem para terem acesso ao RSI. Da minha vivência nesse período posso dizer que nunca assisti a uma conversa entre eles sobre dizerem bem da instituição ou pensarem que estar ali fosse uma mais valia para a sua vida. Era mais uma forma de ganhar uns trocos. Esta é a realidade a que assisti e não estou a generalizar, apenas a falar daquilo que vi. Pelo que me pergunto se aquilo que o André Ventura disse é assim tão inconveniente? E se assim for é inconveniente para quem? Para os políticos que não frequentam segurança social, centros de emprego e de formação profissional onde todos os dias nos cruzamos com dezenas de ciganos nesta situação? Quem é que sai verdadeiramente lesado nesta realidade? Bom, e acompanhando o tema polémico posso dizer que se vivesse em Loures, votava neste senhor.


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